segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Poeta e Jornalista Lúcio Astrê





PASSEIO PELO INFINITO
Lúcio Astrê

Eu quero andar pelo jardim do infinito,
Lá bem longe, em uma nebulosa larga,
Onde estrelas se tornam rosas brancas,
Planetas, árvores dum doce firmamento.

Leve, flutuando suavemente nas espirais,
Pego em sua mão e vamos juntos enfim,
Dar uma volta no infinito sem fronteiras,
Conhecer esse jardim sublime e sem fim.

Vamos sentir o perfume das flores estelares;
Dormir à sombra de uma grande árvore lunar,
Comer doces frutos do pomar de um planeta.

E no firmamento vamos conhecer galáxias,
Vamos escorregar na cauda de um cometa,
Cair nas estrelas, dançar e flutuar no espaço.

...............

BOEMIA
Lúcio Astrê

Hoje amanheci em pleno estado de nostalgia,
Lembrando de um passado bom, que alegria,
A minha cidade sol, de um calor sem igual;
Mas de noites onde a brisa é fresca e natural.

De dia, um sol inclemente, quarenta graus.
De noite, um frescor que convida à boemia,
Aos bares, à meia luz, difusos, o culto a Eros;
Para ver um amanhecer vermelho que extasia.

Por isso que aprendi a apreciar tanto à noite,
Sair ao encontro das musas e das serenatas;
Reino encantado, reis, rainhas, toda a corte,
Encontro de saraus que varavam madrugadas.

Poetas declamavam seus versos encantadores,
Violões, num tom melodioso acompanhavam;
A um poeta apaixonado cantando seus amores;
Garçom: Uma cerveja!!! Boêmios reclamavam.

E foi ai que me fiz boêmio e aprendiz de poeta,
Vida na noite, nos becos, nos bares, nos bordeis,
Ouvindo atento ao canto mavioso dos menestréis,
E sorvendo a vida em goles, fazendo dela festa.

Ah, tempos bons àqueles que não voltarão jamais,
Nunca mais as serenatas, nem poesias declamadas,
O tempo passa a vida muda, tudo ficou para trás,
E ficou somente lembranças daquelas madrugadas.

Aquela era a minha Jequié, cidade do sol querida,
Wilson Novaes, Dab Astrê, Eusinio Soares, Satú,
Dr. Washigton Navarro, Bordel de Maria Helena,
Cotrim, Gilsão, e muitos outros que estão no céu.

Ah boemia querida, quantas saudades de ti tenho,
E nestas recordações pujantes, nestas linhas venho,
Fazer-te uma reverência solene neste breve instante;
Curvando-me respeitoso ao meu passado distante

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